sábado, 11 de outubro de 2014

Condenável

        Então, hoje rolou uma comigo que fiquei pensando... aliás, sempre rola essas de algo acontecer e eu elocubrar algo além do fato em si. Quem me conhece sabe...

        Bom, estava eu indo no banco fazer uma transferência. Como de praxe, coloquei o cartão, aí depois coloquei o dedo na paradinha (só faltou ler a minha íris, ou fazer teste de DNA...). Fato é, que depois desse lero todo, não consegui resolver meu problema naquele caixa. Daí voltei para a fila e parti para o caixa eletrônico ao lado. 

        Estou lá, linda e morena de botas vermelhas, quando o segurança vai para no caixa que eu estava e retira um cartão de crédito de dentro do leitor. Na hora comecei a rir num misto de "Cara, de novo uma dessas comigo..." e "Cacete! Que sorte!!". E corri para o segurança dizendo:

- Esse cartão é meu moço, pode ver o nome Elisabeth Cordeiro. 

      Ele, muito simpático, me devolveu o cartão ao que eu exasperada - por que nessas horas passa pela cabeça toda a bosta que seria o resto dos seus dias antes de resolver o problema - mandei um:

- Moço você é um excelente servidor! (E fiz um high five com o cara - ahuhauhau?!?!) 

     Depois dessa, peguei meu cartão, resolvi o problema e saí do banco. Não fosse o olhar condenador da ajudante que fica na porta tudo estaria lindo. E foi aí que me veio o pensamento. 

        Hoje em dia, beira o absurdo alguém dar um mole desses de esquecer o cartão no leitor do caixa eletrônico. O que, quase automaticamente, te coloca num posto de doidasemnoção.com. Aí me vem meu namorado rindo e manda a pérola. "Cara, você tá ficando cada vez mais parecida com a sua avó". Um dia eu conto algumas anedotas dessa senhora memorável. Mas para ter uma ideia ela já entrou no carro errado e foi com ele para casa.... depois sacou que o carro não era dela, voltou para o lugar onde pegou o carro ,e conseguiu estacionar na mesma vaga! E ela já era minha avó na época!

        Mas ao que diz respeito ao comentário do Bê (o namorado) só conseguia pensar que na época dela as coisas não eram tão condenáveis como hoje em dia. Pelo menos não esses deslizes do dia-a-dia. Pode até ser que aconteça um pouco demais comigo... Mas sinto que, muitas vezes, valorizamos tanto a doidasemnoção.com que esquecemos de comemorar a solicitude das pessoas e momentos divertidos que podemos tirar dessas situações. Afinal, se deu certo é porque não chegamos a ter um problema. 

        Então, termino esse texto, fazendo votos de que hajam mais  high fives com seguranças de banco no nosso dia a dia. Por que segunda tem mais conta para pagar... ;)